Cooperativas de crédito: uma alternativa aos bancos tradicionais

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Mais de nove milhões de brasileiros, atualmente, já fazem parte de instituições financeiras cooperativas que têm os mesmos serviços de um banco, mas com uma filosofia sustentável. Nelas, não há clientes e sim associados. Cada membro é dono de uma parte do negócio, tendo direito a voto igualitário nas assembleias e podendo ajudar a decidir como serão os rumos da cooperativa.

Conforme destacou Denise Damian, presidente do Sicredi Rio, as cooperativas retêm os recursos financeiros na sua área de atuação, em benefício dos membros e da comunidade.

“Temos condições financeiras mais adequadas aos usuários, e, se compararmos com a média praticada pelo mercado financeiro, podemos observar relevante economia. Ou seja, agregamos renda ao nosso associado.”

Por isso, afirmou ela, em uma instituição financeira cooperativa todos crescem juntos.

Com taxas de crescimento acima do que vêm apresentando os bancos tradicionais, as cooperativas de crédito, aos poucos, estão ganhando mais espaço no sistema financeiro brasileiro. “Com isso, podem ser uma das ferramentas do Banco Central para pressionar as grandes instituições a reduzirem as taxas de juros em várias modalidades, especialmente cheque especial e cartão de crédito”, evidenciou Denise.

Em 2017, as cooperativas conseguiram crescer 15% em crédito bancário, chegando a um volume total de R$ 92,5 bilhões, 9,2 milhões de associados (como são chamados os clientes) e 5,8 mil pontos de atendimento. Apesar das taxas vigorosas de crescimento, têm apenas 4,6% dos depósitos do Sistema Financeiro Nacional, com R$ 129 bilhões.

As cooperativas estão crescendo acima da média de mercado e isso vem acontecendo há pelo menos dez anos em número de clientes, de ativos, de captação e de créditos. Denise disse que, em parte, isso tem ocorrido por causa da regulamentação no Brasil, que é muito boa. “Somos cooperativas de crédito, mas temos um banco para fazer essa interligação com o sistema financeiro e com o Tesouro e outros agentes. Estamos abarcados em uma marca única, com regras padronizadas, além de gestão e área administrativa profissionalizadas.” Em abril deste ano, por exemplo, o Banco Central (BC) anunciou que as cooperativas podem receber depósitos de municípios. Para isso, têm de aprovar esses contratos previamente com os associados e atender a requerimentos prudenciais.

Já, de acordo com Nábia dos Santos Jorge, diretora Operacional do Sicoob Rio, renomada cooperativa de crédito brasileira, o crescimento deste tipo de instituição financeira vem se tornando uma alavanca para que bancos tradicionais baixem seus juros. Além das taxas das cooperativas serem melhores, avaliou ela, o que funciona como referência para o mercado não aumentar tanto suas alíquotas, existe também a questão do propósito.

“Hoje, vários entidades falam de alguns princípios em suas comunicações, que o cooperativismo financeiro já pratica há muito tempo. Acho que todos os exemplos podem ser usados como alavancas.”

O Sicoob faz parte de um dos movimentos que mais crescem no planeta: a economia compartilhada. Hoje, são mais de quatro milhões de cooperados e de 2,6 mil pontos de atendimento, distribuídos em todos os Estados e no Distrito Federal. 

Em relação ao cooperativismo financeiro no Brasil, o Sicoob possui 44% do patrimônio líquido, 49% dos depósitos totais e 48% das operações de crédito. “Somos o maior sistema de cooperativas financeiras do País e registramos grandes índices de crescimento em 2017”, ressaltou Nábia. Ela ainda salientou que a rede de atendimento desta instituição também cresceu em 5,7% no ano passado, firmando a companhia como a 5ª maior de atendimento do Brasil.

Mais de nove milhões de brasileiros, atualmente, já fazem parte de instituições financeiras cooperativas que têm os mesmos serviços de um banco, mas com uma filosofia sustentável. Nelas, não há clientes e sim associados. 

Conforme observa Elzir Till de Souza, diretora Comercial da Fortus Contábil Rio, todos os anos, após apuradas as sobras do exercício, as cooperativas de crédito convocam seus sócios para que compareçam em suas assembleia gerais, momento em que é decidida a destinação a ser dada para os resíduos (lucros) que restaram. “Costumeiramente, a maior parte destas sobras são devolvidas aos sócios, na proporção da movimentação realizada por cada um, valorizando, assim, os que fizeram, em maior volume, suas operações com a cooperativa em questão.”

Elzir ainda frisou que hoje as cooperativas de crédito, além de serem a melhor solução num novo modelo de economia, têm um papel estratégico: proporcionar o crescimento de seus associados em suas ações e atividades de mercado, especialmente junto às pequenas e médias empresas, novos empreendedores e intraempreendedores.

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